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quinta-feira, 24 de maio de 2012



Venha conhecer umafeira africana
UMA das melhores maneiras de explorar a cultura, os costumes e a culinária de um país é visitar uma feira. Ali você pode observar as pessoas locais, saborear sua comida e comprar seus produtos. Também pode conhecer comerciantes interessantes que fazem de tudo para se comunicar com você, não importa seu idioma. Seria difícil encontrar feiras mais fascinantes do que as da África. Elas são repletas de pessoas e produtos de todo tipo imaginável. Ali você pode sentir a energia e a agitação da África. Vamos visitar uma típica feira em Duala, Camarões.
O jeito africano de ir à feira
Em muitas cidades grandes na África, o modo mais barato e rápido de ir à feira é de motocicleta. Em quase toda esquina, motociclistas oferecem seus serviços. Se tiver coragem, você pode pegar um desses táxis de duas rodas. Em Camarões, o preço e a velocidade fazem desse meio de transporte popular uma opção imbatível. Para os menos aventureiros, também há muitos táxis mais convencionais. É comum ver vários passageiros num mesmo veículo para dividir o valor da viagem.
Centenas de barracas
Quando alguém visita uma feira pela primeira vez, fica impressionado com a vasta quantidade de pessoas e barracas nas ruas. Muitas pessoas, incluindo crianças, carregam mercadorias na cabeça. Uma olhada mais de perto revela que em suas cestas há, dentre outras coisas, galinhas vivas, laranjas descascadas e remédios sortidos.
As centenas de barracas estão repletas de hortaliças como repolho, cenoura, pepino, berinjela, abóbora, vagem, batata-doce, tomate, inhame e vários tipos de alface. Turistas de outros continentes talvez não conheçam todos os produtos, visto que alguns dos itens mais consumidos localmente não são comuns fora da África. Talvez as barracas mais coloridas sejam as que vendem pimentões vermelhos e amarelos, tão frescos que reluzem ao sol da manhã. Muitas barracas vendem abacate, banana, toranja, melão, abacaxi, laranja e limão. Eles parecem muito apetitosos, e o preço é tentador! Inhame, mandioca e arroz — os principais produtos locais — também são bem representados, bem como cebola e alho importados.
Pimentas coloridas
Em uma das feiras de Duala, muitos donos de barracas pertencem aos povos hauçá e fula. Esses comerciantes se destacam por seus típicos trajes longos de cor azul, branca e amarela, chamados gandouras ou boubous, e por causa de seu cumprimento amigável no idioma fulfulde. Um ambiente descontraído é característico das feiras. Nessa visita que fiz, um feirante chamado Ibrahim escolheu três cebolas grandes e as deu de presente para mim. “Diga à sua esposa para recheá-las com arroz temperado e cozinhá-las lentamente”, recomendou ele. Um pouco mais adiante, vende-se carne de animais recém-abatidos, principalmente de vaca e de cabrito. Homens fortes carregam enormes carcaças nos ombros e as colocam em mesas. Os açougueiros, manuseando facões com destreza, convidam fregueses para escolher o tipo de corte desejado. Os que preferem abater eles mesmos o animal podem comprar cabritos, galinhas e porcos vivos.
Venha comer na feira
Não dá para imaginar uma feira sem um lugar para comer. Em Camarões, há barracas que vendem comida como se fossem restaurantes. Algumas delas usam música alta para atrair fregueses, mas também há lugares quietos onde se pode pedir um prato típico da África e conhecer as pessoas locais. O cardápio costuma ficar escrito num quadro-negro, e quem não está familiarizado com os pratos locais talvez precise que alguém os explique.
Dois itens básicos são arroz e fufu (um purê feito de mandioca, banana-da-terra ou inhame). Nessas barracas você também encontra grelhados de frango, peixe e carne de vaca servidos com molhos feitos de quiabo, creme de amendoim ou tomate. O ambiente é tranquilo e há ampla oportunidade para conversas. Duas garçonetes vieram nos atender. Uma delas trouxe uma bandeja grande com pratos de metal cheios de arroz, feijão e fufu bem quentes. Esses alimentos básicos são servidos com um molho de quiabo e guarnecidos comkebabs de carne e peixe. Há também um pote pequeno com molho de pimenta vermelha picante para aqueles que gostam de comida apimentada. A segunda garçonete trouxe uma toalha e uma bacia com água para lavarmos as mãos. Isso é necessário, pois os pratos típicos são tradicionalmente comidos sem talheres. Não é incomum um freguês fazer uma oração antes de comer e daí ouvir as pessoas na mesa ao lado dizer “Amém”.


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